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Quanto a italiana Almaviva pagou pela gigante brasileira Tivit

Venda encerra ciclo da Apax à frente da Tivit e transforma a companhia em base estratégica da Almaviva para crescer com cloud, segurança e IA na região

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 13 de junho de 2025 às 14h59.

A Tivit, uma das maiores empresas de tecnologia corporativa do Brasil, foi vendida para a italiana Almaviva na última quinta-feira, 12. A transação marca o fim da participação do fundo britânico Apax Partners, que controlava a companhia desde 2010, e representa um movimento estratégico da Almaviva para expandir sua atuação em serviços de maior complexidade na América Latina.

Segundo apurou a EXAME com fontes próximas à negociação, o valor da venda foi de 1,4 bilhão de reais.

A cifra não foi confirmada oficialmente pelas companhias. O número chama atenção por ficar abaixo do faturamento da Tivit em 2024, que foi de 2,1 bilhões de reais.

Com presença em 13 países e foco em soluções como nuvem híbrida, inteligência artificial e automação, a Almaviva já operava no Brasil principalmente no segmento de atendimento ao cliente. Agora, a a usar a Tivit como base para disputar contratos de infraestrutura crítica e segurança digital na região.

“Entramos em um novo capítulo. A chegada da Almaviva abre portas para oportunidades ainda maiores de crescimento e inovação”, afirma Paulo Freitas, CEO da Tivit.

A expectativa é que a operação seja aprovada pelo Cade e, a partir daí, inicie um processo gradual de integração entre as empresas. A Tivit manterá marca e estrutura local no curto prazo, mas se tornará o principal polo de tecnologia da Almaviva na América Latina.

Qual é a história da Tivit

Fundada em 1998 por Luiz Mattar, ex-tenista profissional, a Tivit começou oferecendo data center e outsourcing de TI. Ganhou escala ao atender grandes empresas e governos que buscavam digitalizar processos sem investir em infraestrutura própria.

A Apax assumiu o controle em 2010 e liderou um ciclo de internacionalização e diversificação dos serviços. Houve tentativas frustradas de IPO, cisões como a da Synchro (soluções fiscais) e foco crescente em cloud, segurança digital e plataformas SaaS, sigla para software as a service, ou software como serviço.

Recentemente, notícias falaram que

“Foi um privilégio apoiar a Tivit nessa jornada. Agora, com a Almaviva, a empresa entra em uma nova fase com potencial de acelerar ainda mais seu crescimento”, diz Jason Wright, sócio da Apax.

A estratégia da Almaviva

A Almaviva foi criada por Alberto Tripi, ex-IBM, e é hoje comandada por seu filho, Marco Tripi. O grupo fatura mais de 12 bilhões de reais por ano e emprega 45.000 pessoas no mundo — sendo 37.000 no Brasil. Aqui, já era líder em customer experience, ou experiência do cliente, atendendo grandes bancos, operadoras e empresas de energia.

Com a Tivit, a empresa italiana avança em serviços corporativos de alta complexidade, como segurança cibernética, cloud híbrida, automação e infraestrutura. “O histórico sólido da Tivit nas maiores empresas do Brasil acelera nossa consolidação como uma das líderes globais em transformação digital”, diz Tripi.

Expansão regional com base brasileira

Além do Brasil, a Tivit opera no México, Chile, Colômbia, Peru e Argentina. A Almaviva planeja usar essa estrutura para escalar sua atuação regional em dados, cloud, automação e atendimento omnichannel — modelo que integra canais digitais e físicos de comunicação com o consumidor.

Com o movimento, o grupo europeu amplia sua presença em contratos de tecnologia com maior margem e recorrência, e se posiciona como uma alternativa às big techs em transformação digital na América Latina.

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