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O condomínio pode limitar o horário do uso de áreas comuns?

Regras devem estar previstas na convenção condominial e ser aprovadas em assembleia pelos moradores

O segredo está no equilíbrio entre direitos individuais e coletivos, sempre respaldado por regras claras e decisões democráticas (ah_fotobox/Getty Images)

O segredo está no equilíbrio entre direitos individuais e coletivos, sempre respaldado por regras claras e decisões democráticas (ah_fotobox/Getty Images)

Publicado em 13 de junho de 2025 às 17h02.

Quem nunca se deparou com situações polêmicas em condomínios? O morador que ocupa a academia de madrugada, festas que se estendem pela noite ou crianças brincando na piscina antes do café da manhã. A pergunta que surge é simples: até que ponto o condomínio pode estabelecer regras de horário para essas áreas?

O que diz a lei

A legislação brasileira permite que condomínios estabeleçam horários específicos para o uso de áreas comuns. O Código Civil, em seu artigo 1.336, estabelece que o condômino deve usar a propriedade de forma que não prejudique os demais moradores.

As regras de horário devem estar claramente definidas na convenção condominial ou no regimento interno, documentos que funcionam como a "constituição" do condomínio. Sem essa formalização, não há como aplicar restrições válidas.

A legislação municipal sobre ruído também influencia essas decisões. Muitos municípios estabelecem limites de ruído, geralmente entre 22h e 7h, o que naturalmente impacta o funcionamento de certas áreas.

Como o condomínio pode agir

O processo começa na assembleia condominial, onde os moradores discutem e aprovam as regras. É um exercício democrático que exige diálogo e consenso entre vizinhos.

Os horários mais comuns para áreas como piscina, academia e quadra esportiva ficam entre 8h e 22h, respeitando tanto o descanso quanto o direito de uso. Já o salão de festas costuma ter regras mais específicas.

O síndico tem autoridade para fiscalizar o cumprimento das regras e aplicar sanções quando necessário. Em casos mais graves, pode até restringir temporariamente o o do infrator.

A comunicação é fundamental. Quadros de avisos, aplicativos do condomínio e comunicados eletrônicos devem informar claramente os horários estabelecidos.

Cuidados a se ter

Nem tudo pode ser decidido por simples maioria. Alterações significativas na destinação de áreas comuns exigem aprovação unânime, conforme estabelece o artigo 1.351 do Código Civil.

As regras devem ser razoáveis e não podem impedir completamente o uso das áreas pelos condôminos. Horários excessivamente restritivos podem gerar contestações judiciais.

É importante considerar as características dos moradores. Um condomínio com muitos idosos pode ter necessidades diferentes de outro com famílias jovens ou profissionais que trabalham em horários alternativos.

A segurança também deve ser levada em conta. Áreas com o externo podem precisar de horários mais controlados para evitar problemas.

O que você deve considerar

Antes de propor mudanças, observe o perfil do seu condomínio e as reclamações mais frequentes. Dados concretos ajudam nas discussões em assembleia.
O objetivo das regras deve ser sempre promover a boa convivência, não criar obstáculos desnecessários. Afinal, todos pagam pelo direito de usar as áreas comuns.

Considere também os custos operacionais. Horários estendidos podem exigir mais segurança e manutenção, impactando as despesas condominiais.

A limitação de horários em áreas comuns é uma ferramenta legítima para manter a harmonia condominial. O segredo está no equilíbrio entre direitos individuais e coletivos, sempre respaldado por regras claras e decisões democráticas.

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