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Mercados globais caem após ataque de Israel ao Irã e escalada de tensão no Oriente Médio

Temores geopolíticos impulsionam petróleo, derrubam ações e elevam busca por ativos seguros

Publicado em 13 de junho de 2025 às 06h04.

Os mercados internacionais operam em forte queda na manhã desta sexta-feira, 13, após um ataque militar de Israel contra instalações do programa nuclear iraniano reacender os temores de uma escalada regional no Oriente Médio.

A ofensiva, que matou lideranças militares do Irã, provocou uma resposta com o lançamento de mais de 100 drones em direção ao território israelense. O Irã prometeu retaliação, enquanto o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou estado especial de emergência.

A reação foi imediata nas bolsas da Ásia. O índice Nikkei 225, do Japão, recuou 0,89%, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 0,87% e o Kosdaq despencou 2,61%. Na China, o CSI 300 cedeu 0,72%, e o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 0,59%. A bolsa australiana terminou o dia em baixa de 0,21%, e os principais índices da Índia também fecharam no vermelho.

Na Europa, os mercados abriram em queda generalizada. Por volta das 5h50 (horário de Brasília), o DAX, da Alemanha, recuava 1,59%, o CAC 40, da França, 1,10%, e o FTSE 100, de Londres, 0,48%.

O índice europeu Stoxx 600 cedia 0,88%, pressionado por perdas nos setores de tecnologia e transporte aéreo. Companhias como Wizz Air (-4,8%), Norse Atlantic (-4,2%) e IAG (-3,8%) viram seus papéis afundarem com o fechamento de rotas aéreas e suspensão de voos para Tel Aviv.

O clima de aversão a risco também afetou os futuros de ações nos Estados Unidos. Os contratos do Dow Jones caíam 1,18%, os do S&P 500 recuavam 1,25%, e os do Nasdaq 100 perdiam 1,52%. Na véspera, os principais índices de Wall Street fecharam em alta, com o S&P 500 avançando 0,38%, impulsionado por dados de inflação abaixo do esperado.

O preço do petróleo disparou com os temores sobre a oferta. O barril do Brent saltava 6,16%, a US$ 73,52, e o WTI avançava 6,39%, a US$ 72,38, no mercado asiático. Durante o dia, os contratos chegaram a subir até 13%.

A tensão também impulsionou o dólar, que se valorizava frente a uma cesta de moedas fortes. O índice DXY subia 0,2%, com alta de 0,4% frente ao euro e à libra, e ganhos frente ao franco suíço (+0,3%) e ao iene japonês (+0,2%).

A moeda japonesa era negociada a 143,71 por dólar, em meio à expectativa de manutenção dos juros pelo Banco do Japão na reunião da próxima semana.

Além do conflito no Oriente Médio, os investidores seguem atentos à política comercial dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump afirmou que pretende notificar parceiros comerciais sobre possíveis novas tarifas em breve, o que adiciona mais incertezas ao ambiente global.

A agenda econômica desta sexta traz a leitura preliminar do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, nos EUA, que pode ajudar a calibrar as expectativas para os próximos os do Federal Reserve.

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