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IOF, vendas no varejo e PPI nos EUA: o que move o mercado

Medidas fiscais no Brasil elevam incertezas, enquanto dados de inflação e atividade nos EUA alimentam apostas para as decisões de juros

Publicado em 12 de junho de 2025 às 06h14.

Esta quinta-feira, 12, começa com os investidores atentos à repercussão da nova medida provisória da Fazenda, publicada na noite anterior, que apresenta medidas alternativas ao decreto do IOF.

No Brasil, o destaque da agenda é a divulgação das vendas do varejo de abril, às 9h. A mediana das projeções indica queda de 0,7% na comparação mensal, refletindo desaceleração esperada da atividade econômica no segundo trimestre.

O desempenho do varejo pode influenciar os rumos da política monetária já na reunião do Copom da próxima semana. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem mantido o discurso em aberto, evitando projeções.

Além da agenda econômica, o presidente Lula cumpre compromissos em Minas Gerais, enquanto o presidente do Banco Central participa de cerimônia oficial no fim do dia.

Nos Estados Unidos, o foco está na divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), às 9h30. A expectativa é de alta de 0,2% na comparação mensal e de 2,6% na base anual. No núcleo, a previsão é de desaceleração de 3,1% para 1,7% na comparação anual. Além do PPI, saem hoje os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego.

No radar político, Donald Trump indicou disposição para prorrogar a suspensão das “tarifas recíprocas” contra países com os quais negocia acordos comerciais. O presidente afirmou que os EUA estão “fechando muitos acordos” e prometeu enviar cartas com os termos de negociação a dezenas de países nas próximas semanas. Até agora, apenas o Reino Unido fechou um acordo, enquanto outros 17 seguem em negociação.

No noticiário corporativo, o destaque é a alta nas ações da Oracle no after-market, após a empresa elevar sua projeção de receita para o ano fiscal de 2026, citando forte demanda por soluções de inteligência artificial. A receita anual esperada agora é de pelo menos US$ 67 bilhões, com crescimento de 16,7% em relação ao ano fiscal anterior, impulsionado pela Oracle Cloud Infrastructure.

À noite, o banco central do Peru anuncia sua decisão de política monetária.

Mercados internacionais

As bolsas globais operam em queda na manhã desta quinta-feira, 12, refletindo a cautela dos investidores com os desdobramentos das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. O índice Nikkei 225, do Japão, recuou 0,65%, enquanto o Topix caiu 0,21%. O Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,45% e o Kosdaq avançou 0,4%. Em contrapartida, o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,11%, enquanto o CSI 300, da China, fechou estável. Ja o S&P/ASX 200, da Austrália, teve baixa de 0,31%, e o Nifty 50, da Índia, recuou 0,45%.

A fala do presidente Trump de que um acordo com a China está “pronto” e que tarifas de 55% serão aplicadas a importações do país asiático trouxe desconforto aos mercados.

Na Europa, os principais índices operam em baixa. O Stoxx 600 recua 0,42%, com todos os setores no vermelho, em especial o de viagens, que perde 1,5%. O FTSE 100, de Londres, oscila próximo da estabilidade após dados mostrarem que a economia britânica encolheu 0,3% em abril, enquanto o déficit comercial aumentou, pressionado por uma queda recorde nas exportações para os Estados Unidos. O resultado foi pior do que o previsto por analistas e reforça os sinais de desaceleração na região.

Nos Estados Unidos, os índices futuros indicam abertura negativa. Os contratos futuros do Dow Jones recuam 0,33%, os do S&P 500 perdem 0,27% e os do Nasdaq 100 caem 0,25%.

No mercado de petróleo, os preços devolvem parte dos ganhos da véspera, com o Brent em queda de 1,3% e o WTI recuando 1,2%, em meio à tensão crescente entre Estados Unidos e Irã.

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