Em termos de uso de solo, uma usina nuclear média de 1.000 megawatts nos EUA ocupa cerca de 1,3 milhas quadradas de terra, uma área significativamente menor em comparação com outras fontes de energia, como a solar e a eólica. (AFP/Reprodução)
Repórter de mercados
Publicado em 14 de junho de 2025 às 08h07.
Veículos elétricos, data centers e mineração de criptomoedas têm algo em comum: demanda crescente por energia e tecnologia de ponta. De olho nessas megatendências, a Investo, gestora especializada em ETFs, aposta em dois setores estratégicos para capturar o movimento: energia nuclear e semicondutores.
Os ETF são fundos de índice negociados em bolsa. Na prática, em vez de investir numa ação única o investidor compra cotas de um fundo que reúne um portfólio mais diversificado de ativos, que pode incluir ações, títulos de governo e commodities.
Com o lançamento do ETF NUCL11 em maio de 2025, a gestora se posiciona estrategicamente no setor de energia nuclear, que vê como uma das principais apostas para o futuro.
O fundo segue o índice MVIS Global Uranium & Nuclear Energy Index (MVNLRTR), que monitora o desempenho de 28 empresas de diversos segmentos, como mineradoras de urânio, empresas industriais e de utilities.
O NUCL11, que é negociado na B3, tem sua composição distribuída da seguinte forma: 30% voltado para a mineração de urânio, 20% para empresas que produzem tecnologia para energia nuclear e 50% para as que geram a energia nuclear.
O foco da Investo em diversificar o portfólio tem o objetivo de reduzir os riscos de volatilidade. A volatilidade do minério de urânio, por exemplo, foi de 37%, enquanto a do ETF foi de 22%, devido à diversificação da composição do fundo.
Os desdobramentos geopolíticos também têm influenciado os movimentos do mercado de energia nuclear. Em 22 de maio, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decretos com o objetivo de impulsionar a produção de energia nuclear civil no país, incluindo a redução de processos regulatórios.
Essa mudança impactou diretamente no desempenho do NUCL11, que subiu 10% no mesmo dia. Desde seu lançamento, o ETF já obteve um rendimento de 14,5%, com investidores negociando, em média, R$ 250 mil no ativo.
Outro fator relevante para o crescimento do setor é a recente aquisição da Meta, que comprou toda a produção de energia de uma usina nuclear em Illinois até 2047.
A gigante de tecnologia garantiu o fornecimento de eletricidade para suas operações de inteligência artificial e data centers nos Estados Unidos.
O investimento em energia nuclear reflete a alta demanda por energia proveniente das operações de IA e das crescentes necessidades energéticas dos data centers, que devem quintuplicar sua demanda até 2035 nos EUA.
Com uma cota inicial próxima de R$ 100, o NUCL11 tem como objetivo replicar o desempenho do VanEck Uranium and Nuclear EUA Energy (NLR), listado na NYSE Arca. O NLR conta com US$ 1,19 bilhão em patrimônio sob gestão e uma liquidez média diária de US$ 17,6 milhões.
A Investo destaca três fatores que impulsionam o aumento da demanda por energia nuclear no contexto atual: a expansão da inteligência artificial, que requer maior capacidade computacional e, portanto, mais energia; o crescimento da transição para veículos elétricos, que demanda uma infraestrutura elétrica robusta; e a mineração de criptomoedas, que consome grandes quantidades de energia.
Além disso, a China tem ampliado sua capacidade de geração de energia nuclear, com aumento de 30% na produção nuclear no país, responsável por 46% das usinas nucleares em construção no mundo.
Em termos de uso de solo, uma usina nuclear média de 1.000 megawatts nos EUA ocupa cerca de 1,3 milhas quadradas de terra, uma área significativamente menor em comparação com outras fontes de energia, como a solar e a eólica.
Se o objetivo do investidor é ter exposição mais direta ao setor de inteligência artificial, o ETF CHIP11 surge como uma alternativa estratégica. Com foco no setor de semicondutores, o CHIP11 é o único ETF da bolsa brasileira que possibilita uma exposição direta à produção e ao desenvolvimento de chips, fundamentais para a execução de IA e de outras tecnologias emergentes. O ativo inclui 26 empresas diretamente envolvidas na produção de semicondutores ou na fabricação de equipamentos relacionados.
A maior parte do fundo está concentrada em gigantes do setor, como Nvidia, com 20% do ativo, TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), com 11,5%, e Broadcom, com 9,1%. Desde seu lançamento, o ETF já obteve um rendimento de 16,2%. A média de negociação por investidor no CHIP11 é de R$ 400 mil. As vantagens desse ETF incluem alta liquidez e a presença de empresas globais consolidadas, que possuem, em sua maioria, mais de 50% de suas receitas oriundas do segmento de semicondutores.
Esse ETF é uma opção de diversificação para quem busca exposição direta ao crescimento do setor de inteligência artificial, uma área que, além de transformar diversas indústrias, também está fortemente impulsionada pela demanda crescente por semicondutores, que são os componentes essenciais para o funcionamento das tecnologias mais avançadas.