Repórter
Publicado em 13 de junho de 2025 às 11h24.
Os mercados globais enfrentaram grandes perdas nesta sexta-feira, 13, especialmente no setor aéreo, após Israel atacar o Irã.
O aumento das tensões geopolíticas forçou diversos países no Oriente Médio a fechar seus espaços aéreos, gerando uma onda de vendas nos papéis de empresas aéreas.
As ações de empresas brasileiras operavam em queda. A Azul S.A. viu suas ações caírem 2,13%, negociadas a R$ 0,92. Por sua vez, a LATAM registrou uma queda de 2,51%, cotada a US$ 38,52.
Na Europa, as ações de Air -KLM, Deutsche Lufthansa e do grupo IAG, controlador da British Airways, caíram mais de 3%. Companhias de baixo custo como Ryanair, EasyJet e Wizz Air também registraram quedas parecidas.
A situação não foi diferente na Ásia, com Japão Airlines caindo 3,7% e a ANA Holdings enfrentando uma queda de 2,8%.
A ação mais dramática foi observada nas bolsas do Golfo Pérsico, com a Air Arabia, única companhia aérea da região que operava com ações no mercado, despencando até 10%, o maior tombo desde a crise financeira global. A Turkish Airlines também viu uma queda de até 7% em Istambul, enquanto a Pegasus, companhia de baixo custo turca, caiu 6,4%.
No pré-mercado dos Estados Unidos, as ações de American Airlines, United Airlines e Delta Airlines caíram mais de 4%.
A alta do preço do petróleo, que subiu 8,3% após uma valorização de até 13% no maior salto intradiário desde março de 2022, também gerou preocupações sobre o aumento dos custos do combustível de aviação, o que, aliado ao fechamento de espaços aéreos, eleva ainda mais as despesas operacionais das companhias aéreas.
Israel, após atacar programas nucleares e instalações de mísseis balísticos no Irã, suspendeu os voos sobre seu território. O Irã, em resposta, também interrompeu os voos de seu principal aeroporto em Teerã. Países como Iraque e Jordânia seguiram o exemplo e fecharam seus espaços aéreos, o que forçou as empresas aéreas a desviarem suas rotas.
O aumento das tensões no Oriente Médio traz à tona uma questão crescente enfrentada pelas companhias aéreas nos últimos anos: o aumento dos custos operacionais devido aos desvios de rotas e o impacto sobre a logística dos voos.
Esses desvios, causados por conflitos militares, resultam em voos mais longos e maiores custos com combustível, além de perturbações nos horários das companhias, o que eleva as despesas operacionais, segundo a Bloomberg.
Recentemente, operadores de voo foram forçados a evitar áreas próximas ao Paquistão e à Índia, após um conflito armado entre os dois países, e a evitar rotas sobre a Rússia, em função da intensificação do uso de drones pela Ucrânia.
A crise geopolítica no Oriente Médio coloca mais pressão sobre o setor aéreo que já enfrentava desafios relacionados ao aumento do custo do combustível e as dificuldades logísticas.
A expectativa dos analistas é de que as ações das empresas aéreas sigam sob pressão, especialmente à medida que aumentam as incertezas quanto ao cenário internacional e o impacto do recente acidente com um Boeing 787 da Air India.