Inteligência Artificial

Nvidia lança novo chip de IA mais simples e barato para a China

Modelos Blackwell custarão até US$ 4.000 dólares a menos que o H20 e buscam manter competitividade no mercado chinês, contornando restrições impostas pelos EUA

Publicado em 26 de maio de 2025 às 08h54.

Ainda neste ano, a Nvidia lançará um novo chip de inteligência artificial voltado para o mercado chinês, segundo informações da Reuters. O modelo, parte da geração Blackwell, será mais barato do que o H20, com preço entre US$ 6.500 e US$ 8.000 – bem abaixo dos US$ 10.000-US$ 12.000 que custa aquele.

A unidade de processamento gráfico (GPU) também terá especificações mais simples, como memória GDDR7, em vez da mais avançada HBM, e não usará a tecnologia CoWoS da TSMC. Inicialmente revelado no começo de maio, o plano da Nvidia, de acordo com a Reuters, é começar a produção em massa ainda em junho.

Com restrições à exportação impostas pelos EUA ainda em 2022, no governo Biden, a participação da empresa no bilionário mercado chinês de IA caiu de 95% para 50%. A líder mundial do segmento enfrenta competição da Huawei e seu chip Ascend 910B.

Essa queda foi registrada antes do banimento completo da exportação dos modelos H20, imposto por Trump em abril deste ano, que resultou em perdas significativas para a empresa. As estimativas são de US$ 5,5 bilhões em inventário e US$ 15 bilhões em vendas perdidas.

A Nvidia também está desenvolvendo outro chip Blackwell para a China, com produção programada para setembro. O novo produto deve atender à demanda de IA e treinamento de modelos, alcançando até 1,7 terabytes por segundo, no teto das restrições de largura de banda de memória.

Contorno à guerra comercial

A empresa segue avaliando suas “limitadas” opções, já que, até o recebimento da aprovação do governo dos EUA, eles estão excluídos do mercado chinês de data centers, estimado em US$ 50 bilhões.

Esta é a terceira vez que um chip precisa ser personalizado para o mercado chinês devido às restrições da guerra comercial e da disputa geopolítica entre Estados Unidos e China, a qual pode impactar o bilionário superávit que o país norte-americano possui em serviços digitais. Mesmo com a queda registrada desde 2022, o país asiático continua importante para a Nvidia, representando 13% das vendas do último ano.

Empresas como a Apple também tem buscado contornar as crescentes restrições impostas ao desenvolvimento e exportação de produtos considerados estratégicos para a China, categoria na qual se encaixam os chips e demais tecnologias de IA, além da perda de mercado para competidores locais como a Huawei.

Acompanhe tudo sobre:NvidiaInteligência artificialChipsEstados Unidos (EUA)China

Mais de Inteligência Artificial

Wikipedia suspende teste com IA que gerava resumos automáticos após reação dos editores

Adobe projeta lucros acima do esperado, mas encara desafios na era da IA

Startup de nuvem Crusoe investe US$ 400 milhões em chips da AMD para novo data center de IA nos EUA

Cuidado ao usar o Meta AI: botão de compartilhar pode expor conversas privadas dos usuários