Ações do Ministério do Meio Ambiente e planos regionais visam mitigar riscos de enchentes, secas e deslizamentos em centenas de cidades brasileiras
Como solução, especialistas recomendam identificação dos perigos, planejamento de ações e implementação de monitoramento contínuo (NELSON ALMEIDA/AFP)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 14 de junho de 2025 às 08h39.

Última atualização em 14 de junho de 2025 às 11h13.

O Brasil enfrenta um crescente risco de desastres naturais, com 2,6 mil municípios identificados como vulneráveis a eventos climáticos extremos, como enchentes, secas e deslizamentos, conforme dados da plataforma AdaptaBrasil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Esse número é equivalente à metade dos municípios brasileiros.

Para enfrentar esse cenário, especialistas recomendam a adoção de um processo estruturado em três etapas fundamentais: identificação dos perigos, planejamento de ações e implementação de monitoramento contínuo.

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Para coordenar e centralizar os esforços contra os desastres, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou o programa AdaptaCidades. Originalmente, a iniciativa visava atender 260 municípios, mas a demanda dos estados ampliou o alcance, que agora se estende a mais de 500 cidades em todo o país.

Em locais como o Rio Grande do Sul, o programa contempla o desenvolvimento de 11 planos regionais que cobrem 206 municípios afetados por desastres climáticos recentes. A implementação está prevista para 2027 e inclui capacitação técnica, fortalecimento da governança e orientação sobre captação de recursos para esses planos.

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Ações pioneiras já estão em andamento em algumas cidades. Recife e Santos, por exemplo, implementam projetos como parques urbanos e obras de contenção de encostas, que buscam reduzir os danos causados por eventos climáticos extremos.

No entanto, a implementação do AdaptaCidades enfrenta obstáculos significativos. Entre os principais desafios estão os orçamentos limitados e a falta de priorização política. Muitos municípios ainda não consideram com a gravidade necessária problemas locais específicos, como a formação de ilhas de calor urbanas , que agravam os efeitos das altas temperaturas.

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Além disso, o Ministério das Cidades anunciou a liberação de R$ 400 milhões para atender 776 municípios que enfrentam crises hídricas em várias regiões do Brasil. A medida visa prevenir situações extremas, como as vividas em 2024 em Santa Isabel do Rio Negro (AM), Alter do Chão (PA) e Barretos (SP), onde a escassez de água se agravou.

Os recursos serão aplicados em obras de infraestrutura hídrica, incluindo sistemas de abastecimento rural, manutenção de barragens e projetos de drenagem.

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