Economia

Indústria é contra aumento de impostos para setor produtivo, diz presidente da CNI

Segundo Ricardo Alban, governo deve centrar medidas no aumento da tributação sobre bets, na reforma istrativa e na racionalidade de gastos públicos para reverter alta do IOF

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 10 de junho de 2025 às 16h28.

Última atualização em 10 de junho de 2025 às 16h42.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse que o governo deve considerar como alternativa ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a alta da tributação sobre apostas online, avançar na reforma istrativa, gerenciar com mais racionalidade os gastos públicos, além de implementar modernização das leis trabalhistas.

Segundo ele, o setor produtivo não pode ser prejudicado com novos aumentos de tributação para compensar os "problemas de caixa do Estado".

“O setor produtivo já está sufocado por juros abusivos e spreads bancários distorcidos. Agora, o crédito vai ficar ainda mais caro. No fim das contas, quem vai arcar com isso é o consumidor. É inissível continuar prorrogando essa situação. O Brasil precisa, com urgência, de uma reforma que traga justiça tributária de verdade”, disse Alban.

O dirigente ainda afirmou que, em dois anos, o governo federal já arrecadou R$ 170 bilhões por meio de medidas arrecadatórias extraordinárias, como receitas extras e mudanças em impostos.

Segundo ele, as confederações que representam setores produtivos – CNI, Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) – entregaram ao presidente Lula, em Paris, propostas para promover o equilíbrio fiscal.

O desempenho industrial, disse Alban, já reflete os efeitos do ambiente de negócios deteriorado. Os juros elevados e o aumento das importações comprometeram o crescimento do setor no 1º trimestre de 2025. De acordo com o IBGE, a indústria foi o único dos três principais setores da economia a encolher em relação ao 4º trimestre do ano ado. Apesar de o PIB ter registrado alta de 1,4%, o segmento recuou 0,1%.

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